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quinta-feira, 9 de maio de 2013

SENSACIONALISMO DA REVISTA VEJA SOBRE OS PASTORES

Marco Feliciano e os amigos poderosos do pastor Marcos Pereira






Polícia Civil afirma que deputado do PSC passou a segunda-feira reunido com o líder evangélico preso por estupro no Rio. Lista de amizades inclui ainda Anthony Garotinho, Álvaro Dias, Marlene Mattos e o ex-pagodeiro Waguinho.
Como mostrou VEJA em março do ano passado, a lista de amigos ilustres inclui o também pastor e ex-pagodeiro Waguinho, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e a produtora de TV Marlene Mattos. Para os políticos, Marcos Pereira foi até agora um amigo e tanto, por sua influência na Baixada Fluminense e seu poder de penetração em áreas carentes – e perigosas, pela presença de traficantes. Desde a revelação das acusações de estupro, não são aceitáveis, portanto, justificativas na linha do "eu não sabia" para quem vinha tentando faturar politicamente com a amizade.
Marcos Pereira aproximou-se do ex-governador e deputado Anthony Garotinho (PR) quando, em 2004, intermediou as negociações que encerraram uma rebelião de detentos no estado do Rio. Garotinho era, à época, secretário de Segurança da governadora Rosinha Garotinho, sua mulher. Começou, naquele episódio, a imagem de homem capaz de domar criminosos fortemente armados e com poder de interlocução nos presídios.

Pastores – Entre líderes das igrejas evangélicas, a prisão de Pereira foi recebida com cautela. “Tem que esperar a Justiça. Toda pessoa é inocente até que se prove o contrário”, afirmou o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), pastor e presidente da Igreja Assembléia de Deus Catedral do Avivamento, que se disse “chocado e muito triste” com a notícia. Em fevereiro passado, Feliciano rasgou-se em elogios ao amigo pastor na tribuna da Câmara, onde é presidente da Comissão de Direitos Humanos. Na ocasião, disse que Pereira é “um homem reconhecido da nação” e “uma pessoa de bem”.
Já Silas Malafaia é menos condescendente com o homem que ajudou a “converter”. “Se for verdade, vou lamentar profundamente, mas ele terá de pagar, como qualquer pessoa que comete um ato monstruoso desse.” Presidente da Igreja Assembléia de Deus Vitória em Cristo, ele conta que ouviu de Pereira que foi graças a uma pregação sua, há cerca de 15 anos, que o pastor decidiu “entregar sua vida” a Cristo. Depois, não tiveram mais muito contato. Malafaia sabe e elogia os projetos de Pereira com presos e drogados, mas ressalta que isso não alivia as acusações que recaem sobre ele. “Nada justifica”, enfatiza.
Agora que a lista de crimes vem à tona, a Polícia Civil do Rio questiona até a postura de neutralidade vendida pelo pastor. Para o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia Especial de Combate às Drogas (DCOD), Pereira nada mais faz do que encenar negociações. Na verdade, afirmou ele, ao site de VEJA, há por trás disso um envolvimento com traficantes com suspeita de ocultação de armas em templos e episódios de violência: ele é suspeito também de ter ordenado ataques do tráfico em 2006 no Rio, na época em que duas dezenas de pessoas morreram e a cidade ficou de joelhos diante do poder dos criminosos.
Pereira é investigado por um homicídio: o da jovem Adelaide Nogueira dos Santos, morta em 29 de dezembro de 2006. Um dos condenados em primeira instância pela morte da jovem é Geferson Rodrigues dos Santos, sobrinho de Pereira.